13.4.11

Leitores pelo Mundo: Utopias nem tão utópicas

Daniela Morelli em Salinas Grandes, província de Jujuy, Argentina.

UTOPIAS NEM TÃO UTÓPICAS

Viajar é olhar-se para dentro, nos espelhos de fora. Só viajando conheço minhas próprias limitações e minhas misérias, como também minhas fortalezas e aquilo que posso dar.

Por extensão, só vendo além do nosso nariz, podemos entender quem somos como povo. Que pedantismos nos nascem e que insignificâncias nos envergonham. De que grandezas somos capazes e com que capital humano contamos.

Claro que não é viajar por viajar, de férias-sol-praia, tiquete e pacote turístico e pronto. Temos que estar maduros para poder receber e suficientemente abertos para suportar a imagem que o espelho nos devolve.
Também não é absolutamente indispensável a viagem de corpo presente. Basta viajar com a imaginação através da leitura de um bom livro e – por que não- de artigos na web. Mas isto não é conforto por ser mal de muitos. É só o princípio. Já que foram os livros os que me abriram o espírito de viagem; a velha Enciclopédia Monitor da biblioteca da minha mãe – colecionada em fascículos desde que eu tinha um ano de idade - acordou-me a curiosidade. E objetivo traçado, objetivo cumprido. Só quem diz “Não posso”, é que nunca chega.

Tem que se impor metas na vida. “Sem utopias, a vida seria um ensaio para a morte”, diz o cantante e poeta espanhol Joan Manuel Serrat.

Conhecer, apenas, este mundo: essa é minha utopia.




Daniela Morelli é argentina de Alcorta, província de Santa Fé e mora em Rosário onde é professora. O texto é original em português e fruto de seus estudos de língua portuguesa.