Viajante Amador: Leitores pelo Mundo: os leões e tigres de Fernando

Texto e fotos: Fernando Freitas.

Já se imaginou visitar os animais do zoológico DENTRO da jaula? No Zoo de Luján, cidade bem próxima a Buenos Aires, isso é possível. E quem nos conta essa experiência no Leitores pelo Mundo de hoje é o cearense Fernando Freitas.

Confesso que fiquei doidinho pra fazer essa programação na minha próxima ida à capital argentina. :)

Me chamo Fernando Freitas e creio que Buenos Aires é sempre uma boa pedida (próximo, muito bom e barato).

Nesta segunda vez em terras Argentinas, pude ter a oportunidade de refazer a programação que mais me agradou da primeira vez, ir a alguns lugares que SEMPRE tem de ser revisitados (Caminito, Puerto Madero, Florida e a feira de San Telmo). Porém, ir novamente também me fez ter a oportunidade de visitar alguns lugares que não conheci na primeira ida e, desta vez, em especial, foi o Zoo de Lujan que me proporcionou uma experiência única e inesquecível.

O Zoo de Lujan está localizado a aproximadamente 70 km a noroeste de Buenos Aires. Nele você pode ter o contato direto (cara a cara) com animais selvagens como Leões, Tigres, Ursos, Elefantes e outros. Um item indispensável é a coragem para entrar nas jaulas de tais feras da natureza. E tudo isso por apenas 40 pesos por pessoa.

A aventura se inicia desde a com a ida até o Zoo. Pode-se ir por conta própria ou com Guia, que pode ser solicitado através do contato do próprio Zoo (zoolujan.com). No meu caso, fui de metrô até estação Plaza Itália, em Palermo (ao lado do Zoo de BsAs), e, na esquina com a rua Sarmiento, há uma cabine que vende a passagem para Lujan. Comprei a passagem para o ônibus 57 com destino à cidade (aproveite logo pra comprar ida e a volta). E para que for comprar o bilhete no próprio ônibus, vale lembrar que nele não se aceitam notas, só moedas. A tarifa do ônibus é de 10 pesos por trecho.

A viagem de ônibus demora mais ou menos uma hora e meia. O ônibus vai passando e parando em algumas cidades. Após a cidade de Moreno, você deve pedir ao motorista parar no ponto do Zoo de Lujan. Estando lá, é só atravessar a rodovia e chegar ao Zoo.

Outra maneira é via FABEBUS (20 pesos por pessoa). É um serviço de van que passa em frente ao Hotel Republica (juntinho do obelisco) e o pagamento é na hora. A viagem via FABEBUS é um pouco mais rápida e, por ser uma van, tende a ser mais tranqüila. No entanto, ouvi relatos de problemas quanto ao retorno, pois se não há gente suficiente, o transporte não sai até o horário seguinte. É aconselhável já agendar (com pelo menos dois dias de antecedência) a volta com a empresa.

Ao chegar ao Zoo, a primeira idéia que tive foi de total abandono no que diz respeito à estrutura (pista, calçadas, lanchonete etc), o que não se via na boa saúde dos animais (em perfeito estado aparente). Fui informado de que o zoo é uma propriedade particular e não do estado, e, pelo que eu li, o governo não dá nenhuma espécie de auxílio. Justo por isso, é sempre bom levar algum dinheiro trocado, pois em cada jaula existe um cesta para doações, que pode ser feita em peso ou real.

Minha primeira experiência foi na jaula dos Tigres e tenho que ser sincero ao falar que, de imediato, dá SIM um medo natural e instintivo (acho que é mais uma questão de respeito, já que se trata de um dos maiores predadores do planeta). No entanto, incentivado pelo tratador e por meu companheiro de viagem Robson, terminei me aproximando do animal e coloquei minha mão em suas costas. A sensação é INCRÍVEL. Não dá pra descrever o contato. É bom demais da conta.

Em cada jaula, entra apenas um grupo (você e as pessoas que estão com você – talvez cinco, no máximo). Uma curiosidade é que em TODAS as jaulas sempre se encontra um cão. Não sei exatamente qual sua função, mas segundo os tratadores esse convívio é estimulado desde a idade de filhotes.

Daí para frente, fomos às demais jaulas e, em cada uma, sempre com um tanto de receio (MEDO mesmo). Particularmente, a jaula dos filhotes de felinos foi a mais encantadora com alguns leõezinhos e um pequeno tigre que foi abandonado.