Muita gente que me conhece não sabe uma coisa sobre mim: meu sangue é 50% alagoano.
Pois é. Sou filho de Alagoano com Pernambucana e, sempre que podemos, vamos nós três a Maceió visitar os parentes.
Nos últimos anos, temos ido com mais frequência e o trajeto de ida e volta tem se tornado cada vez mais agradável.
"E O QUE ISSO TEM A VER COM O BLOG?"
Bom, pouco tempo atrás escrevi um "post" sobre algumas atrações da Região Metropolitana do Recife e dos litorais norte e sul de Pernambuco para uma visita de 15 dias.
E é exatamente dentro desses quinze dias que o turista pode inserir uma excelente programação: tirar alguns dias para passear pelo estado de Alagoas.
A diversão pode começar na mini "road trip" Recife-Maceió. E aqui vão algumas dicas de quem sempre passa por lá.
Cintos afivelados, "vamusimbora" minha gente!
280 quilômetros. É a distância aproximada entre Recife e Maceió pelas rodovias BR-101, PE-060, AL-101, AL-465, AL-105, AL-413 e, novamente, a AL-101.
A estrada, no trecho pernambucano, está em ótimas condições. Na parte alagoana, existe um pedaço que requer muita atenção do motorista, entre Japaratinga e São Luís do Quitunde. São mais ou menos 70 km em que o viajante deve baixar a velocidade para desviar das crateras e dos motoristas que invadem a contramão para fugir dos outros buracos na pista.
Pois é. Sou filho de Alagoano com Pernambucana e, sempre que podemos, vamos nós três a Maceió visitar os parentes.
Nos últimos anos, temos ido com mais frequência e o trajeto de ida e volta tem se tornado cada vez mais agradável.
"E O QUE ISSO TEM A VER COM O BLOG?"
Bom, pouco tempo atrás escrevi um "post" sobre algumas atrações da Região Metropolitana do Recife e dos litorais norte e sul de Pernambuco para uma visita de 15 dias.
E é exatamente dentro desses quinze dias que o turista pode inserir uma excelente programação: tirar alguns dias para passear pelo estado de Alagoas.
A diversão pode começar na mini "road trip" Recife-Maceió. E aqui vão algumas dicas de quem sempre passa por lá.
Cintos afivelados, "vamusimbora" minha gente!
O TRAJETO
280 quilômetros. É a distância aproximada entre Recife e Maceió pelas rodovias BR-101, PE-060, AL-101, AL-465, AL-105, AL-413 e, novamente, a AL-101.
A estrada, no trecho pernambucano, está em ótimas condições. Na parte alagoana, existe um pedaço que requer muita atenção do motorista, entre Japaratinga e São Luís do Quitunde. São mais ou menos 70 km em que o viajante deve baixar a velocidade para desviar das crateras e dos motoristas que invadem a contramão para fugir dos outros buracos na pista.
O CARRO
Nissan Livina AT 1.8. Excelente desempenho nas subidas e ultrapassagens. Foto: Breno Beltrão.
O turista que vai alugar para fazer a viagem Recife-Maceió deve, se possível, optar por um modelo 1.4, 1.6 ou 1.8. Nessa última ida, fomos de Nissan Livina. O motor 1.8 foi perfeito para as subidas, descidas e ultrapassagens, que são constantes, já que em pelos menos três quartos da viagem a estrada não é duplicada Por outro lado, o câmbio automático é uma verdadeira mão na roda pra quem quer evitar a chatice das trocas de marcha nas várias lombadas (físicas e eletrônicas) ao longo do caminho.
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PRIMEIRA HORA DE VIAGEM
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A primeira hora da viagem, tanto na ida, quanto na volta, é bem chatinha. No caso da ida, vai do centro do Recife até mais ou menos a entrada de Porto de Galinhas. O trecho é predominantemente urbano e, com ele, é de se esperar um certo trânsito e muitas lombadas. A depender da pressa do motorista e do horário, essa "primeira hora" pode virar "quarenta minutos". Só não seja imprudente!
Nessa parte da viagem, não há muito o que se fazer a não ser seguir em frente. No entanto, caso você encontre alguma barraquinha vendendo castanhas, pare e compre. Elas são fresquinhas (assadas há pouco) e "in natura", sem aquele monte de sal que há nas industrializadas que se compra em supermercado.
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Esse segundo trecho, pra mim, é o mais interessante da viagem. Ele começa logo após a tumultuada entrada/saída de Porto de Galinhas e vai até o momento em que a estrada encontra as águas azuis do mar de Alagoas. A variação de cenários é realmente impressionante.
Uma das primeiras imagens bacanas que se vê, no lado do passageiro, é um engenho de cana de açúcar, cujo nome infelimente não me recordo agora (se alguém souber, escreva no comentário, por favor!!). É uma verdadeira viagem no tempo.
De início, o local apresenta uma sequência de vários arcos de um aqueduto que deságua na casa da moenda, aparentemente muito bem preservada. Ao longe se vêem as casas dos trabalhadores e, num plano mais elevado, a antiga casa grande. Do lado esquerdo, já no final da propriedade, fica uma igrejinha.
O legal é que, se você não quiser, nem precisa descer do carro para apreciar a simplicidade e beleza das construções.
Seguindo em frente, se você sentir vontade de beliscar algo (para comer, claro), uma boa pedida é parar em alguma das barraquinhas que ficam na estrada. Sempre há algo novo para se experimentar: passa de cajú, bolinhos de goma, frutas frescas, doces variados, cocadas, bolachas "Maragogi", isso somente para exemplificar.
Mais ou menos na metade desse trecho, já perto da entrada para Tamandaré, rola o "momento verde" da viagem.
A rodovia PE-060 atravessa a Reserva Ecológica de Saltinho. Nesse exato momento, desligue o ar condicionado do carro, diminua a marcha, baixe todos os vidros e respire profundamente o ar fresco e úmido da mata. Em alguns locais, as árvores cresceram tanto que formaram um teto natural. Se precisar, ligue os faróis do carro.
Siga em frente pela estrada. Nela, você chegará a Alagoas, pela AL-101, rodovia estadual que, ao menos em tese, segue o litoral alagoano até a divisa com o estado de Sergipe.
No centro de Maragogi há vários restaurantes que servem bons frutos do mar. Porém, se você estiver a fim de um lanche rápido ou almoço executivo, uma boa opção, na própria AL-101, é parar no Autocafé. Eles até disponibilizam acesso à internet, em terminais locais, ou WiFi.
Se o visitante, no entanto, desejar um comida mais requintada, feita na hora, com temperos e combinações pra lá de exóticos, a melhor opção mesmo é esperar para almoçar na Estalagem Caiuia, pouco mais à frente, em Japaratinga. Acredite em mim: vale muito a pena. O arroz com castanha deles é de lamber os lábios (ou "beiços", como dizemos aqui).
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Com ou sem refeição, o final do segundo trecho da viagem revela a sua parte mais interessante: o momento em que a estrada encontra as águas absurdamente azuis do litoral alagoano.
Não tem como errar o local. Fica entre Maragogi e Japaratinga, cerca de 6 km após a entrada do Hotel Salinas de Maragogi.
Não dá pra dizer muita coisa. A tranquilidade do local e o visual falam tudo:
O grande detalhe é que eu bati essas fotos num sábado de manhã, já perto do meiodia. Cadê a muvuca? :)
Fim do segundo trecho.
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O terceiro trecho é o momento rural do itinerário. Além da cana, vê-se muitas fazendas de gado pela estrada. Não é raro se dar de cara com uma "queimada".
Esse trecho da viagem concentra várias subidas e descidas intervalados por grandes altiplanos onde vastas plantações de cana são os maiores objetos de contemplação do viajante. Dá sono. É melhor tomar um bom e grande café "espresso" em Maragogi ou Japaratinga.
Pra quem mora em Recife ou em Maceió, uma boa dica para a estrada, em São Luís do Quitunde, é dar uma paradinha no "Búfalo Bill".
O local em si está longe de ser um primor estético. Na verdade, o que se vê hoje em dia na foto acima já é fruto de reformas e ampliações de uma lojinha pequena que se ocupava de vender ao consumidor, sem intermediários, a produção da Fazenda Castanha Grande.
A variedade de produtos impressiona e os preços são bastante honestos. Vale a pena dar um parada, mas o turista pode seguir direto para Maceió.
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Nessa quarta e última etapa do trajeto, apesar das bonitas paisagens de praia, se você tiver feito todas as paradas sugeridas, já estará meio cansadinho e doido de vontade de chegar ao destino.
Pra piorar a situação, esse pedaço de mau caminho (no sentido literal) tem muito trânsito de carro, ônibus, moto, todos praticamente parando a cada dez minutos por conta das inúmeras lombadas da estrada. O resultado disso é que os menos de quarenta quilômetros de estradas levam entre 30 minutos e uma hora para serem percorridos.
Apesar do cansaço, eu recomendo veementemente que se dê uma paradinha no mirante da Sereia.
Fica logo após o Venta Club e em frente a um posto BR. Vale a pena parar para bater umas fotos. Olha só o visual:
Cumprida essa parada obrigatória, siga para Maceió e aproveite a cidade e tudo que ela tem: de melhor: lindas praias urbanas, excelentes restaurantes e vida noturna agitada.
Espero que você tenha gostado dessa "road trip" e que muitas outras mais ainda venham no Viajante Amador.
Até a próxima!
SITUAÇÃO DA ESTRADA (ATUALIZAÇÃO)
Gente, fiz essa viagem alguns dias atrás (abril de 2011) e, no trecho desde a divisa com Pernambuco até quase São Luís do Quitunde, a estrada não estava em boas condições. Somou-se a isso o período chuvoso (que se estende até meados de agosto / começo de setembro) e o resultado é um percurso monótono e mais demorado que o habitual.
Se você tiver pressa, a melhor alternativa é ir pela BR-101. De Recife até Palmares (uns 120 dos aproximadamente 260 km), a estrada está toda duplicada e em excelente estado. Entre Palmares e a divisa com Alagoas, são cerca de 30 quilômetros de obras, inferno e estrada de barro (pasmem), o que dá quase uma hora, mas passado esse pedaço, o restante até Maceió, mesmo não duplicado, está em bom estado. O ruim é que a ida (ou volta) pela BR-101 não oferece outras opções de refeição que não sejam aqueles tradicionais postos de beira de estrada.
Para saber sobre a atualização de setembro de 2011 sobre as condições da estrada, por favor, clique aqui.
Outros posts do assunto:
Recife-Maceió: terra ou ar?
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Nessa parte da viagem, não há muito o que se fazer a não ser seguir em frente. No entanto, caso você encontre alguma barraquinha vendendo castanhas, pare e compre. Elas são fresquinhas (assadas há pouco) e "in natura", sem aquele monte de sal que há nas industrializadas que se compra em supermercado.
SEGUNDA HORA DE VIAGEM
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Esse segundo trecho, pra mim, é o mais interessante da viagem. Ele começa logo após a tumultuada entrada/saída de Porto de Galinhas e vai até o momento em que a estrada encontra as águas azuis do mar de Alagoas. A variação de cenários é realmente impressionante.
Uma das primeiras imagens bacanas que se vê, no lado do passageiro, é um engenho de cana de açúcar, cujo nome infelimente não me recordo agora (se alguém souber, escreva no comentário, por favor!!). É uma verdadeira viagem no tempo.
De início, o local apresenta uma sequência de vários arcos de um aqueduto que deságua na casa da moenda, aparentemente muito bem preservada. Ao longe se vêem as casas dos trabalhadores e, num plano mais elevado, a antiga casa grande. Do lado esquerdo, já no final da propriedade, fica uma igrejinha.
O legal é que, se você não quiser, nem precisa descer do carro para apreciar a simplicidade e beleza das construções.
Seguindo em frente, se você sentir vontade de beliscar algo (para comer, claro), uma boa pedida é parar em alguma das barraquinhas que ficam na estrada. Sempre há algo novo para se experimentar: passa de cajú, bolinhos de goma, frutas frescas, doces variados, cocadas, bolachas "Maragogi", isso somente para exemplificar.
Barraquinhas típicas de estrada em litoral. Não se deixe enganar pela aparência simples. Os produtos vendidos são iguarias verdadeiramente imperdíveis. Foto: Breno Beltrão.
Bolachas "Maragogi" doces ou salgadas (à esquerda), passa de caju (centro) e bolinhos de goma (direita). Trio perfeito para acompanhar uma boa xícara de café. Foto: Breno Beltrão.
Mais ou menos na metade desse trecho, já perto da entrada para Tamandaré, rola o "momento verde" da viagem.
A rodovia PE-060 atravessa a Reserva Ecológica de Saltinho. Nesse exato momento, desligue o ar condicionado do carro, diminua a marcha, baixe todos os vidros e respire profundamente o ar fresco e úmido da mata. Em alguns locais, as árvores cresceram tanto que formaram um teto natural. Se precisar, ligue os faróis do carro.
Siga em frente pela estrada. Nela, você chegará a Alagoas, pela AL-101, rodovia estadual que, ao menos em tese, segue o litoral alagoano até a divisa com o estado de Sergipe.
No centro de Maragogi há vários restaurantes que servem bons frutos do mar. Porém, se você estiver a fim de um lanche rápido ou almoço executivo, uma boa opção, na própria AL-101, é parar no Autocafé. Eles até disponibilizam acesso à internet, em terminais locais, ou WiFi.
Se o visitante, no entanto, desejar um comida mais requintada, feita na hora, com temperos e combinações pra lá de exóticos, a melhor opção mesmo é esperar para almoçar na Estalagem Caiuia, pouco mais à frente, em Japaratinga. Acredite em mim: vale muito a pena. O arroz com castanha deles é de lamber os lábios (ou "beiços", como dizemos aqui).
Exibir mapa ampliado
Com ou sem refeição, o final do segundo trecho da viagem revela a sua parte mais interessante: o momento em que a estrada encontra as águas absurdamente azuis do litoral alagoano.
Não tem como errar o local. Fica entre Maragogi e Japaratinga, cerca de 6 km após a entrada do Hotel Salinas de Maragogi.
Não dá pra dizer muita coisa. A tranquilidade do local e o visual falam tudo:
O grande detalhe é que eu bati essas fotos num sábado de manhã, já perto do meiodia. Cadê a muvuca? :)
Fim do segundo trecho.
TERCEIRA HORA DE VIAGEM
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O terceiro trecho é o momento rural do itinerário. Além da cana, vê-se muitas fazendas de gado pela estrada. Não é raro se dar de cara com uma "queimada".
Queimada da cana de açúcar. Espetáculo fascinante aos olhos e gerador de grande poluição ambiental destinado a facilitar o corte da cana. Fotos: Breno Beltrão.
Esse trecho da viagem concentra várias subidas e descidas intervalados por grandes altiplanos onde vastas plantações de cana são os maiores objetos de contemplação do viajante. Dá sono. É melhor tomar um bom e grande café "espresso" em Maragogi ou Japaratinga.
Pra quem mora em Recife ou em Maceió, uma boa dica para a estrada, em São Luís do Quitunde, é dar uma paradinha no "Búfalo Bill".
Loja "Búfalo Bill" em São Luís do Quitunde. Carnes e Laticínios de búfalo em grande variedade e bons preços. Foto: Breno Beltrão.
O local em si está longe de ser um primor estético. Na verdade, o que se vê hoje em dia na foto acima já é fruto de reformas e ampliações de uma lojinha pequena que se ocupava de vender ao consumidor, sem intermediários, a produção da Fazenda Castanha Grande.
A variedade de produtos impressiona e os preços são bastante honestos. Vale a pena dar um parada, mas o turista pode seguir direto para Maceió.
QUARTA HORA DE VIAGEM (E ÚLTIMA... UFA!)
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Nessa quarta e última etapa do trajeto, apesar das bonitas paisagens de praia, se você tiver feito todas as paradas sugeridas, já estará meio cansadinho e doido de vontade de chegar ao destino.
Pra piorar a situação, esse pedaço de mau caminho (no sentido literal) tem muito trânsito de carro, ônibus, moto, todos praticamente parando a cada dez minutos por conta das inúmeras lombadas da estrada. O resultado disso é que os menos de quarenta quilômetros de estradas levam entre 30 minutos e uma hora para serem percorridos.
Apesar do cansaço, eu recomendo veementemente que se dê uma paradinha no mirante da Sereia.
Fica logo após o Venta Club e em frente a um posto BR. Vale a pena parar para bater umas fotos. Olha só o visual:
Cumprida essa parada obrigatória, siga para Maceió e aproveite a cidade e tudo que ela tem: de melhor: lindas praias urbanas, excelentes restaurantes e vida noturna agitada.
Espero que você tenha gostado dessa "road trip" e que muitas outras mais ainda venham no Viajante Amador.
Até a próxima!
Para saber sobre a atualização de setembro de 2011 sobre as condições da estrada, por favor, clique aqui.
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