1.12.09

Destino: Dublin e arredores (parte 2) - ao sul do rio Liffey (dia 1)

Pátio do Trinity College em Dublin (ou Coláiste na Tríonóide, Baile Átha Cliath). 400 anos de tradição no ensino universitário dublinense. Foto: Breno Beltrão.


Geograficamente, Dublin é pequena. E por ser pequena e antiga, a imensa maioria de suas atrações turísticas se situa no centro da cidade, distando poucas centenas de metros umas das outras.

A vantagem de se comprar o "3 Day Freedom Ticket" é que, de uma primeira vez, pode-se fazer o passeio de uma hora e meia pelo itinerário das 23 paradas que compõem o tour "hop on hop off". Para alguns, pode até ser sacal passar 90 minutos sentado, vendo a vida passar e ouvindo as explicações pelo fone de ouvido (ônibus multilíngue) ou pelo altofalante. Talvez até seja, mas, ao completar o percurso, você já terá uma boa noção da história e geografia da cidade, o que ajudará muito quando da visitação dos pontos turísticos isolados. Eu recomendo o passeio completo (não, eu não estou falando daquela modalidade de traje). De repente, você até pode dar por visto alguns locais que achar menos interessantes, mas ao menos terá a oportunidade de os ter visualizado.

Em tese, o roteiro começa na parada número 01, que fica na Cathal Brugha Street. No entanto, como a linha é circular, você pode começar em qualquer uma das 23 paradas e, claro, você escolherá a que for mais próxima de onde estiver hospedado.

Meu roteiro sugerido é:

01. PARADA 03 - Trinity College

Westfront (1751), Trinity College. Foto: Breno Beltrão.

O Trinity College, fundado em 1592, é prédio integrante da Universidade de Dublin, instituição de ensino superior de maior prestígio na Irlanda. Além do Westfront e sua belíssima fachada, recomenda-se "vista" e fotos das esculturas do pátio central e do Campanile (campanário) e, o mais interessante, uma parada na Old Library, onde está o Book of Kells, considerado uma das mais importantes peças de arte religiosa cristã, datado de 800 d.C.

Escultura "esfera com esfera", de Arnaldo Pomodoro, Trinity College. Foto: Breno Beltrão.


02. PARADA 05 - Merrion Square

Merrion Square (1752), Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Além dos jardins e suas belíssimas composições florais, vale a pena dar uma passada pela Merrion Square para ver as várias obras de arte espalhadas pela praça. A mais interessante delas, é sem dúvida, a escultura de Oscar Wilde:

Oscar Wilde (1854-1900), Merrion Square, Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Não à toa, Oscar Wilde morou exatamente ao lado do parque em sua infância e adolescência, na Merrion Square Norte, número 1:

Residência de Oscar Wilde, Merrion Square Norte, nº 1, Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Vale a pena, ainda, no parque, ver o presente da República do Chile à República da Irlanda: o memorial Bernardo O'Higgins.

Estátua em homenagem a Bernardo O'Higgins, Merrion Square, Dublin. Foto: Breno Beltrão.

No quarteirão que fica a oeste da Merrion Square, o visitante pode dedicar horas e horas a diversas programações culturais em visitas à National Gallery, ao Natural History Museum, à National Library e, o melhor de todos, ao National Museum.

Museu Nacional da Irlanda (1890). Foto: Breno Beltrão.

03. PARADA 07 - St. Stephen's Green

St. Stephen's Green (1663). Jardins impecavelmente cuidados e lagos de pura tranquilidade em pleno centro de Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Mal sai o sol (coisa que não acontece com tanta frequência) e os irlandeses correm pros parques. E, no caso de St. Stephen's Green, até eu, brasileiro de "trocentas" gerações, nordestino, com sol na cabeça o ano inteiro, também faria o mesmo.

Adolescentes curtindo a paz de St. Stephen's Green. Local para todas as tribos. Foto: Breno Beltrão.

O parque é espaçoso, agradável, tranquilo, tudo isso bem juntinho à área mais comercial de Dublin. Relaxar antes ou depois das compras? Dúvida cruel...

Dublin Fusiliers Arch (1904) em St. Stephen's Green, Dublin. Portal de entrada (ou saída) para o comércio dublinense. Foto: Breno Beltrão.

Se a intenção do visitante for descansar, relaxar, ler, enfim, curtir um momento de contemplação, minha grande sugestão é ir aos jardins Iveagh (Iveagh Gardens), bem pertinho de St. Stephen's Green. É coisa de 5 minutinhos caminhando.

Iveagh Gardens. Que tal uma paradinha para agradecer pela viagem? Foto: Breno Beltrão.

Iveagh Gardens, Dublin. Foto: Breno Beltrão.

04. PARADA 10 - Região Medieval/Viking

Torre Normanda (intacta) e partes do que restou do Castelo de Dublin (1204). Foto: Breno Beltrão.

Como eu falei pra vocês no "post" introdutório, não resta muito da Dublin medieval. No caso do Castelo, a situação não muda muito. O que se conhece como o "Castelo", na verdade é uma área formada por diversos prédios, alguns deles construídos a partir de "pedaços" das construções medievais, como é o caso abaixo:

Bermingham Tower, ponta sudoeste da construção original de 1204 cuja estrutura sucumbiu a uma explosão ocorrida em 1775. Foto: Breno Beltrão.

"VALE A PENA VISITAR A ÁREA DO CASTELO?"

Vale, sim. Só não vá esperando aqueles castelos maravilhosos que você vê em filmes.

Bedford Tower (1761), Dublin Castle. Foto: Breno Beltrão.

Seguindo o passeio pela região, pouco mais à frente você encontrará dois locais que certamente merecem uma visita: a Catedral Christchurch e "Dublinia".

Christchurch, de 1030. Belíssimo exemplo da arquitetura gótica em Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Em Dublinia, o visitante tem a oportunidade de conhecer a fundo, através de uma série de painéis, réplicas, cenários e animações, a história da Dublin viking.

Réplica de barco viking, Dublinia, Dublin. Foto: Breno Beltrão.

Além da Dublin Medieval e do Mundo Viking, o turista pode, ainda em Dublinia, subir os (muitos) degraus da Torre de St. Michael para ter uma vista aérea da cidade.

Vista aérea ao sul da St. Michael's Tower, Dublinia. Foto: Breno Beltrão.

Vista aérea a oeste da St. Michael's Tower, Dublina. Foto: Breno Beltrão.

Vista aérea a Leste da St. Michael's Tower ocupada quase toda pela Christchurch. Foto: Breno Beltrão.

05. PARADA 12 - St. Patrick's Cathedral.

Apesar de construída mais de um século após a Christchurch, a St. Patrick's Cathedral é considerado o templo mais importante do país, construído para honrar o padroeiro da Irlanda, São Patrício. A Catedral foi edificada ao lado do suposto local do poço utilizado pelo santo para batizar os fiéis.

Infelizmente, na época do meu passeio, a Catedral estava coberta por dezenas e dezenas de andaimes, o que lamentavelmente não me instigou a bater uma só foto do local.

06. PARADA 13 - Fábrica da Guiness

Fazer uma visita à Guiness Storehouse, fábrica da cerveja irlandesa mais famosa do mundo, é programa imperdível. O tour custa 15 Euros e inclui um "pint" (caneca de aproximadamente 450ml) da bebida ao final.

07. PARADA 14 - Irish Museum of Modern Art e Kilmainham Gaol

O final do primeiro dia de visita a Dublin pode ser finalizado, com muito estilo, pelo museu irlandês de arte moderna e na prisão de Kilmainham, local de execução dos líderes da Revolta de 1916, evento de grande importância na criação da República Irlandesa.

"E AÍ, SIGO PARA AS OUTRAS PARADAS?"

Não. Se você fez todas as programações acima no mesmo dia, você estará morto de cansaço. Volte para o hotel, descanse um pouco e, tendo superforças, escolha um bar ou boate em Temple Bar. Sendo um ser humano normal, durma bem e restaure suas forças para o dia 02 da sua visita, dessa vez ao norte do Liffey e objeto do próximo post sobre a cidade.

Slán!

Posts da Série "Dublin":

Dublin e Arredores
Dublin e Arredores - Dia 01: ao sul do Rio Liffey
Dublin e Arredores - Dia 02: ao norte do Rio Liffey


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