15.9.10

Leitores pelo Mundo: O Chile querido de Elizabeth - generalidades

Texto e fotos: Beth Cunha Lima



É com muita saudade e alegria que venho escrever sobre meu Chile querido. Será difícil me manter imparcial, já que mencionar cada passeio, relembrar cada lugar visitado e rever cada foto tirada me remete aos bons momentos que passei ali (e isto, nem o terremoto de fevereiro deste ano pôde atrapalhar).

Não foi tarefa fácil tentar resumir uma viagem a este país incrível e de paisagens tão variadas em apenas 3 ou 4 dias, mas sei que esta é a média da duração das viagens de brasileiros ao Chile.

Infelizmente não tenho experiência para falar a respeito de destinos tão procurados, como as opostas regiões dos Lagos (Sul do país) e do Deserto do Atacama (ao norte), pois em minhas visitas ao Chile me detive na Região Metropolitana (Santiago) e V Região (Valparaíso e Viña del Mar). Ao menos por enquanto ;)

Então vamos lá, comecemos nosso passeio.

COMO CHEGAR

Chegar ao Chile não é nada difícil. Há vôos da TAM, Gol, Lan, Pluna e outras companhias saídos de São Paulo. Se o viajante sai de Recife, as opções mais utilizadas são as duas companhias nacionais. O tempo de traslado pode somar 8 horas. Alguns tentam, então, aproveitar ao menos metade do dia já na capital chilena, optando pela saída de Recife durante a madrugada. E quem faz esse trajeto nos meses de inverno, chegando a São Paulo cedo pela manhã, pode contar com um inconveniente: a neblina. Isso pode impedir o avião de pousar no horário correto, acarretando a perda da conexão em Guarulhos.

Ao fazer seu check in, tente ser colocado na janela do lado esquerdo do avião para ter uma melhor visão da Cordilheira dos Andes.



QUANDO IR

Voltando ao tema do clima, tive a felicidade de ir ao Chile em 3 diferentes períodos: Julho, Setembro e Março. Desses meses, eu poderia recomendar, como o melhor para passeio, o de setembro, por vários motivos.

Em Setembro, o clima segue ameno. Faz um calorzinho de dia e um friozinho gostoso à noite. Não costuma chover nesta época. Há sol, céu azul e o mais lindo: a Cordilheira branquinha. Para os que buscam a neve nas estações mais próximas da Capital (Valle Nevado, Portillo, Farellones La Parva), ainda é temporada de esqui (que costuma ser encerrada em outubro). Também não se percebe tanto o efeito do smog, que em Julho impede a visão da Cordilheira e atrapalha bastante a panorâmica da cidade desde seus cerros. Neste mês também encontramos a cidade colorida, pelas flores e frutas. É comum dar de cara com cerejeiras em flor e laranjeiras cheinhas de frutos bem amarelinhos.



Também é em setembro que se festejam as Festas Pátrias, principal comemoração nacional. No dia 11 de setembro, os chilenos recordam o golpe militar sofrido sob o comando do Gen. Pinochet em 1973. Há movimentos, concertos, apresentações. Tudo para que ninguém se esqueça deste passado dolorido e violento, numa tentativa de que assim não se repita em sua história. O dia 18 é o dia da Independência do Chile, que neste ano de 2010 completa 200 anos de autonomia.


O Bicentenário será comemorado com as tradicionais fondas, barracas grandes sob as quais há bebidas, como a chicha (suco de uva fermentado, ligeiramente espumante), comidas (as empanadas e os anticuchos, espécie de espetinho gigante) e bailes tradicionais, como a cueca chilena, tudo decorado com as cores da bandeira nacional, que é orgulhosamente exposta em todas as residências e estabelecimentos comerciais do país.


Quem for em Março, encontrará uma cidade calorosa: quente e com mais gente nas ruas. Por outro lado, se verá cercado por uma cordilheira em tons de terra, após o degelo dos picos nevados, o que faz com que suba o nível de água do rio que corta a cidade: Rio Mapocho.


Saindo do aeroporto, o turista tem serviços de vans à disposição. Estes transfers podem ser contratados na saída da alfândega ou até mesmo com antecedência, pela internet, nos sites das duas principais empresas que o oferecem: Turbus e Transvip. Também há saídas de ônibus do aeroporto para os principais terminais rodoviários e conexões com o metrô.


CÂMBIO

Quanto ao dinheiro, infelizmente as casas de câmbio não dispõem de peso chileno com tanta frequência. Assim, a maioria dos viajantes prefere levar dólar, moeda facilmente trocada nas casas de câmbio. Evite trocar muito dinheiro no próprio aeroporto. As cotações das casas localizadas no centro (Paseo Ahumada e Paseo Huérfanos) sempre são mais vantajosas. Ah, aí você também pode trocar diretamente o real pelo peso chileno. A variação é pouca, mas é menos trabalhoso levar da própria moeda e trocá-la pelo dinheiro local.
As mercadorias e serviços no Chile, em sua maioria, tem valores equivalentes aos preços do Brasil, mas lá se usam muitos zeros, o que levou os chilenos à utilização de um termo não-oficial mas largamente usado no comércio, o luca, que nada mais é que $1.000,00 (mil pesos chilenos). Então, se falam a você que algo custa 15 lucas, isso significa $15.000,00. Valores como $3.500,00 também pode ser chamado tres quinientos.


ONDE FICAR

As acomodações em Santiago são diversificadas: hotéis de luxo, pousadas e hotéis menores, hostel e aluguel de apartamentos são algumas opções para os diferentes tipos de bolso. Qualquer agência de viagens ou site de busca de hotéis mostrarão centenas de opções.


TRANSPORTES



O deslocamento na cidade é bastante fácil e simples: metrô.

Para praticamente todos os pontos turísticos da capital há uma estação próxima. Para utilizar o metrô, você deve adquirir o cartão BIP, comprado em qualquer estação. Aí você carrega com créditos e passa o cartão sempre que embarcar. $3.000,00 duram cerca de 2 dias. Os cartões também servem para os ônibus, que não aceitam dinheiro. Já em Viña del Mar e Valparaíso, a melhor opção são as micro (micro ônibus), que circulam de uma cidade a outra e onde se pode pagar com moedas (menos de $ 500,00 a maior parte dos percursos).
Táxi também é uma boa alternativa. Não tão econômica, mas viável nos dias em que você está cansado ou quando for a algum lugar mais distante onde não chegue o metrô, como em alguns pontos do elegante bairro Las Condes.
Outra coisa bem interessante é que, em Santiago, existem os táxis coletivos. Legalizados e seguros, geralmente fazem ponto em algum local da capital (por exemplo, em frente à Estação Mapocho, próximo ao Mercado Central), saindo daí com uma ou mais pessoas. Fazem trajetos determinados em placas colocadas no pára-brisa ou mesmo no teto do carro, e durante o caminho podem ir embarcando mais pessoas que querem ir na mesma direção, até a lotação de 4 (mais o motorista). É uma saída super econômica. Ótima solução para quem quer ir, por exemplo, ao “Mall Parque Arauco”, um dos maiores centros de compras da capital chilena.


POPULAÇÃO

Entender os chilenos falando não é fácil, mesmo para quem sabe espanhol. É necessário um período de adaptação e reconhecimento da língua e do sotaque, cachai? * N.T. = “entendeu?”
Andar em Santiago é relativamente seguro. Só é necessária a atenção que costumamos ter ao andar em qualquer cidade grande. Nada de dar bobeira com bolsas e câmeras fotográficas. Os próprios transeuntes nos param na rua para aconselhar a levar a mochila na frente e não nas costas, por exemplo.


GASTRONOMIA

As comidas e bebidas chilenas são uma delícia! Você não pode deixar de provar as empanadas de pino (carne), o completo ou italiano com palta (cachorro quente com molho de abacate) e mariscos, como choritos, machas, almejas, locos e jaibas.


Além de diferentes tipos de molhos, como pebre (espécie de vinagrete picante) e de peixes, como salmão, congrio e albacora, acompanhados dos clássicos vinhos chilenos e do tradicional pisco sour: aguardente de uva com limão.


Bom, todos já devidamente inteirados, acomodados e alimentados, vamos aos passeios em Santiago do Chile e seus arredores, assunto dos próximos posts. Até mais!


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