16.9.10

Leitores pelo Mundo: O Chile querido de Elizabeth - Dia 01 (Centro)

Texto e fotos: Beth Cunha Lima




No primeiro de dia de roteiro por Santiago e arredores, Beth nos fala sobre o centro da capital chilena e seus atrativos turísticos. Será um dia de bons passeios e longas caminhadas e a noite promete um bom brinde de "pisco sour" no bairro de Providencia.

Vamos lá?


Vamos começar o passeio pelo coração de Santiago: a Plaza de Armas. A estação de metrô Plaza de Armas integra a linha 3 (verde). Aqueles que vêm de Providência e tomam a linha 1 (vermelha), deverão fazer a baldeação na estação Baquedano, uma das mais movimentadas da capital.

Na Plaza de Armas você encontrará a Catedral de Santiago (cuja construção foi iniciada em 1748):


Num dos lados da praça, fica a estátua de Pedro de Valdívia, fundador da cidade de Santiago, em 1541, batizada de Santiago de Nueva Extremadura:


E, por trás, o Museu Histórico Nacional:


Este museu foi a sede do governo chileno até 1845, quando foi transferida para o Palácio del Gobierno (La Moneda). Ali próximo também estão o Museu Casa Colorada, com interessantes maquetes sobre a vida chilena no século XIX e o Museu Chileno de Arte Pré-colombina. Neste último, você poderá conhecer como viviam os antigos habitantes do Chile e encontrará dois exemplares das múmias Chinchorro, antigos moradores do litoral norte do Chile que desenvolveram uma técnica de mumificação artificial 2.000 anos antes dos egípcios.



Saindo do Museu Pré-Colombino, nos deparamos com o antigo Congresso Nacional, que funcionou neste edifício até o golpe militar de 1973. Em 1990, o Poder Legislativo foi reinstaurado e trasladado a um novo prédio, na cidade de Valparaíso.


Desde a Plaza de Armas, o visitante pode caminhar pela rua de pedestres Paseo Ahumada que, apesar da intensa atividade comercial, é incrivelmente organizada e limpa (vi funcionários municipais limpando a rua com esfregão, como vemos em shoppings e repartições). Ao cruzar com a rua Moneda, o turista pode ir em direção ao Palácio del Gobierno ou Palácio la Moneda, com entrada pela Plaza de la Constituición, ao lado da Intendência de Santiago. Ali está uma estátua em homenagem ao ex-presidente Salvador Allende, morto no dia do golpe militar, na sede do governo.



Em La Moneda há troca de guardas em dias alternados. Também se pode tentar uma visita guiada pelo pátio interno do palácio.

Dirigindo-se para a frente do edifício, se chega à Alameda, como é conhecida a av. Libertador Bernardo O’Higgins, responsável pela independência chilena, segundo os livros de História. É por aí que se tem acesso ao Centro Cultural Palácio La Moneda, que apresenta exposições temporárias e permanentes, como da artista plástica, cantora e compositora Violeta Parra, uma das responsáveis pelo resgate do folclore chileno.


Cruzando a Alameda em direção oeste, o turista, que a esta altura deve estar faminto, pode saborear um sanduíche tradicional na clássica Confitería Torres (entre as estações Los Heroes e La Moneda), em funcionamento desde 1879, cujo cliente mais famoso foi o ex-presidente Barros Luco, que sempre pedia o mesmo sanduíche de pão, carne e queijo, hoje batizado com o seu nome. Delicioso.


Com as energias renovadas, seguindo pela Alameda na direção leste, você chega ao “barrio” Paris-Londres: duas ruas de paralelepípedo, repletas de edifícios antigos e muito charmosos.


Ali também está localizada a estrutura arquitetônica mais antiga de Santiago: Iglesia de San Francisco, finalizada em 1613.


Com paredes de barro e pedras e o teto de madeira pintado, a igrejinha é puro encanto.


Ao lado dela, funciona o Museu de Arte Sacra. Nele encontramos muitos utensílios religiosos feitos em prata. Também há uma sala em homenagem à vencedora do Nobel de Literatura, Gabriela Mistral. Por não haver deixado herdeiros, a poetisa doou seus bens e direitos autorais às crianças abandonadas, aos cuidados da Ordem de São Francisco. A medalha do Nobel também está nesta sala Gabriela Mistral. Emocionante.

Cruzando mais uma vez a Alameda, o passeio segue até o Teatro Municipal e, algumas quadras mais à direita, está a Biblioteca Nacional.


Saindo da Biblioteca, chegamos ao Cerro Santa Lucía, local de fundação da cidade. Aí existe uma construção na parte baixa, ao nível da Alameda, como também o Castillo Hidalgo, de onde se tem uma vista privilegiada da cidade.



E assim terminamos nosso passeio deste primeiro dia em Santiago em frente à praça que cerca o cerro Santa Lucía, ao outro lado da Alameda, onde está a Feria Artesanal de Santa Lucía (esquina da avenida com a rua Carmen). Lugar ideal para comprar lembrancinhas de viagem. Lá você encontra produtos em prata e lápis-lázuli, peças em cobre, instrumentos musicais típicos dos Andes, como a quena e o charango, tudo por um precinho mais camarada que em outros locais.

Confesso não haver conhecido muito da noite chilena. Mas um bar me chamou a atenção entre tantas indicações de guias de viagem: o Bar Liguria, no bairro de Providência.


Local super agradável para uma happy hour ou um jantar rápido acompanhado de pisco sour. Pendurados nas paredes de pé direito alto, há desde retratos retocados do começo do século a pinturas de batalhas da Guerra do Pacífico, na qual lutaram Chile, Peru e Bolívia.


Também está exposta uma imagem inspirada nas pinturas da artista plástica chilena Ramona Parra, jovem militante do Partido Comunista e morta em uma manifestação em 1946.


Contudo, fontes me informaram que talvez o Bar Liguria já não esteja funcionando: haveria fechado no fim do ano passado.

Hora de descansar para seguir com os passeios do dia seguinte. Embarcaremos juntos ao litoral, visitando as cidades de Vaparaíso e Viña del Mar.


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